O projeto busca educar as crianças sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e questões sociais de forma acessível e lúdica.
O que um escritório de advocacia tem a ver com livros infantis? Se a proposta for ampliar o horizonte de temas ambientais no universo das crianças, tudo.
Assim nasceu o projeto dos Ecolivros Infantis do escritório Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA), com o objetivo de tratar de temas voltados à sustentabilidade, fomentando o interesse, sensibilizando e utilizando o livro como ferramenta para informar e orientar crianças sobre questões relacionadas à crise climática.
O Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA) acaba de lançar o segundo livro da série: “Quando um lixão vira história – pelo olhar de três amigos improváveis”, escrito pela jornalista Santa Maria Nogueira Silveira e ilustrado por Anita Cecílio.
A trama é narrada por três animais – a Coruja, o Saruê e o Escorpião – que, embora sejam predadores uns dos outros na natureza, decidem deixar de lado suas diferenças para viverem juntos em um cupinzeiro desabitado. Essa convivência inusitada é observada por Américo Orosco, um homem do interior e atento observador.
Das janelas do cupinzeiro abandonado, onde vivem os três animais, eles acompanham o surgimento de um lixão na periferia paulistana e o crescimento de uma pequena comunidade de pessoas em situação de vulnerabilidade, que sobrevivem a partir daquilo que encontram no lixo.
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Enquanto os três animais se alimentam de criaturas peçonhentas que vivem nos arredores do lixão, as crianças e adultos dessa comunidade enfrentam inúmeras dificuldades para sobreviver – mas com direito a um final feliz.
A série Ecolivros possui um perfil marcadamente original e se justifica diante do impacto crescente das mudanças climáticas, que já são percebidas no cotidiano das pessoas. No Brasil, os efeitos se manifestam por meio de tempestades severas e inundações, como as ocorridas no Estado do Rio Grande do Sul, além de secas extremas que afetam os rios amazônicos, com níveis historicamente baixos, e o aumento dos focos de incêndio em todos os cinco biomas brasileiros – acelerando o desmatamento e afetando gravemente a biodiversidade.
Em geral, as crianças já demonstram interesse por animais e plantas, o que facilita a difusão de valores ligados à sustentabilidade. Os livros buscam estimular a imaginação, o desenvolvimento e o conhecimento das crianças em relação ao meio ambiente. A proposta é permitir que elas conheçam novos aspectos da crise climática e façam escolhas diante dos conflitos e condutas apresentados pelos personagens.
As histórias abordam questões ainda pouco discutidas no ambiente escolar, uma vez que o ensino público formal não conseguiu cumprir o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Esse dado foi reconhecido pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, responsável por monitorar o cumprimento dos 17 ODS no Brasil.
Os Ecolivros propõem romper com a padronização das histórias infantis, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem, da imaginação, da fantasia e da sensibilidade emocional, oferecendo uma vivência estética proporcionada pela literatura. Assim como nas obras clássicas, os ecolivros se atualizam ao contexto contemporâneo, permitindo que as crianças se identifiquem com os temas e personagens.
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Temas propostos para os Ecolivros:
Desmatamento e fogo na floresta;
Lixões e os bichos da noite;
Quem protege o planeta das emissões?
Reduzir, reciclar, reutilizar;
O que são energias sustentáveis? Proteção da biodiversidade/extinção das espécies (animais brasileiros em extinção e personagens folclóricos que protegem florestas e rios);
Poluição e pegada de carbono;
Os recursos naturais não podem acabar;
Lixões de plásticos nos oceanos;
Biomas brasileiros e turismo sustentável;
Alimentos orgânicos – Um verde puxa o outro;
Por que proteger os morcegos e as abelhas?
As incríveis histórias da tribo.
As histórias do projeto não se limitam ao papel educacional. Elas também criam um espaço de escuta, onde as crianças podem expressar sua vivência e exercer sua autonomia diante de conflitos de valores. As narrativas dialogam com a tradição dos contos de fadas de natureza espiritual e ética, apresentando personagens com características sobrenaturais.
Nos Ecolivros, figuras do folclore brasileiro, como o Boitatá, protetor das matas, assumem esse papel. Ele é o herói do primeiro livro da série, “Um alerta na floresta”, e consegue enfrentar os incendiários, superar o medo e proteger os animais da floresta por deter superpoderes.
Também é uma preocupação da série a história visual, ou seja, as ilustrações e o apelo estético, considerados tão importantes quanto o texto. Busca-se um diálogo entre linguagem verbal e visual, criando uma unidade na obra e abrindo espaço para o lúdico.
O primeiro livro da série, “Um alerta na floresta”, também escrito pela Santa Maria Nogueira Silveira e ilustrado por Anita Cecílio, aborda o desmatamento e os incêndios florestais. Os protagonistas – a Cutia, a Paca e o Boitatá – vivem uma grande aventura ao tentarem impedir que grileiros coloquem fogo na mata para extrair madeira ilegalmente. A trama começa quando a Cutia, que recolhia sementes para se alimentar, presencia a ação dos criminosos. Com medo, pede ajuda à amiga Paca para avisar o Boitatá, o único capaz de enfrentar os incendiários e proteger a floresta e seus habitantes dos impactos do fogo e da liberação de carbono na atmosfera.
O alcance do projeto é amplo, já que os livros são disponibilizados em formato físico, digital e em braille, atingindo um número maior de crianças e estudantes do ensino fundamental em todo o Brasil.
Para obter os livros, entre em contato com o e-mail: contato@dev.lbca.online