Dia: 2 de dezembro de 2022

  • Plano de recuperação judicial pode ter aditamento

    Plano de recuperação judicial pode ter aditamento

    Para que uma empresa em crise financeira continue em atividade produtiva e supere suas dificuldades, a legislação estabelece a necessidade da propositura de um plano de recuperação judicial para que devedores e credores possam chegar a um acordo e, mesmo aprovado e homologado, ainda pode sofrer aditamento do devedor.

    1. Qual a importância do plano de recuperação judicial?

    Trata-se de uma proposta que permitirá à empresa recuperanda apresentar aos seus credores como pretender se reestruturar para enfrentar sua crise financeira e definir como irá quitar suas dívidas, de que forma e em que prazo fará os pagamentos.

    O plano de recuperação judicial pode ser alterado pela Assembleia Geral de Credores, segundo artigo 45, da Lei 11.101./2005, com a adesão de credores que representem mais da metade do valor dos créditos sujeitos à recuperação judicial e por maioria simples a depender da classe que estão inseridos.

    2. O plano de recuperação judicial original permite aditivo?

    Sim. Em julgamento de Recurso Especial (REsp 1.302.735/SP), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu como legal o aditivo ao plano de recuperação judicial original diante de mudanças na situação financeira do devedor, o que pode impedir o cumprimento das cláusulas conforme originalmente estabelecida.

    Em seu voto, o relator do REsp, Ministro Luiz Felipe Salomão, chama a atenção para a importância de o olhar individualizado do credor ser sobreposto pelo olhar do interesse coletivo de todos (credores e devedores).

    3. A Justiça, portanto, permite ao devedor alterar o plano de recuperação judicial?

    Sim, mesmo tendo sido o plano de recuperação judicial aprovado pela Assembleia Geral de Credores e homologado pelo juiz. A Jurisprudência do STJ considera o aditamento do devedor válido, mesmo sem previsão na Lei de Recuperação de Empresas e Falência, desde que o encerramento do processo de recuperação judicial não tenha ocorrido por sentença.

    4. Essa decisão pode ser positiva para os credores?

    Sim, porque nem sempre a alteração do plano de recuperação judicial traz novas condições negativas. Assim sendo, pode representar uma agilização da quitação da dívida diante da melhora de situação econômica e patrimonial da empresa recuperanda.

    5. A reforma da Lei de Recuperação de Empresa e Falência deve prever esse aditivo?

    Sim, tramita no Congresso Nacional o PL 4.458/20, cuja ementa prevê alteração das Leis n.º 11.101, de 9 de fevereiro de 2005; 10.522, de 19 de julho de 2002, e 8.929, de 22 de agosto de 1994, para atualizar a legislação referente à recuperação judicial, à recuperação extrajudicial e à falência do empresário e da sociedade empresária.

  • Uso do Visual Law nos tribunais passa a ser cada vez mais comum

    Uso do Visual Law nos tribunais passa a ser cada vez mais comum

    Algumas ferramentas têm o poder de alterar e melhorar a rotina dos profissionais, influenciando diretamente na execução do trabalho. Uma dessas inovações chama-se Visual Law. Com ela, os operadores de direito conseguem transmitir informações jurídicas e burocráticas com mais facilidade para os leitores, a partir Visual Law. Com ela, os operadores de direito e os tribunais conseguem transmitir informações jurídicas e burocráticas com mais facilidade para os leitores, a partir elementos visuais.

    A ferramenta, apesar de ser nova, está revolucionando o direito e contribui para uma relação mais empática  e compreensível às partes. Estudos mostram que não há restrições a sua utilização, seja nos Tribunais ou demais documentos legais de empresas

    Entendendo o Visual Law

    O uso de elementos visuais somados a  alteração estrutural dos textos para que fiquem mais objetivos e diretos podem ser consideradas ações de Visual Law, mas que passam por fases anteriores e necessitam da multidisciplinariedade de profissões na sua construção.

     A partir da análise prévia de um time multidisciplinar de webdesigners e profissionais do direito, por exemplo é possível entender quais componentes são os mais aconselháveis para nos documentos jurídicos, sejam eles petições, contratos códigos de conduta, dentre outros.

    Entre os componentes visuais possíveis de serem incluídos estão: 

    • vídeos e links externos; 
    • ilustrações;
    • imagens; 
    • iconografia; 
    • gamificação;
    • bullet points.

    Tribunais e inovação

    Os magistrados aceitam os instrumentos, pois os mesmos respeitam a legislação processual, bem como  entendem a importância a longo prazo, em especial para a advocacia do futuro. Ter uma boa aplicação do Visual Law significa estar por dentro do novo, prevenir conflitos, reduzir condenações e democratizar a informação. É imprescindível que, para obter esses benefícios, o seu uso não seja exagerado. O equilíbrio é a chave para melhor atuação. 

    O TJMT, Tribunal de Justiça de Mato Grosso, é um exemplo atual de Tribunal que incentiva e utiliza a ferramenta. Recentemente organizaram um curso preparativo para que os magistrados e assessores saibam como apresentar as informações de forma mais visual e simplificada.

    Dessa forma, o órgão em questão compreende a necessidade de auxiliar os cidadãos, sem perder o conteúdo jurídico. Alguns magistrados utilizam como diferencial elementos visuais em audiências e na simplificação de sentenças. 

    Entenda mais sobre o Visual Legal, Visual Law da LBCA, e garanta a aplicação da ferramenta acessando o site.