Dia: 17 de setembro de 2025

  • Visual Law para relatórios ESG: como transformar dados em confiança?

    Visual Law para relatórios ESG: como transformar dados em confiança?

    Você já se deparou com relatórios ESG extensos, repletos de dados técnicos e com informações pouco atrativas? Se a resposta for sim, saiba que essa é uma dor comum vivenciada por empresas que trabalham com a agenda e buscam divulgar seus impactos e desempenho.

    Afinal, o desafio não está apenas em produzir informações, mas em comunicar com clareza, transparência e credibilidade. É nesse ponto que o Visual Law ganha destaque.

    Conhecida por ser uma vertente do Legal Design, essa metodologia jurídica transforma relatórios densos em materiais visuais, acessíveis e objetivos, sem perder o rigor técnico. 

    No contexto dos relatórios ESG, o Visual Law funciona como um verdadeiro aliado das empresas ajudando-as a demonstrar responsabilidade e integridade perante os stakeholders.

    Visual Law, o que é?

    O Visual Law é uma técnica que visa ampliar o contato do leitor final com o conteúdo de documentos jurídicos, tornando-o mais empático e acessível.

    Em um cenário onde a linguagem jurídica tradicional se mostra complexa, o Visual Law aproxima as informações do público e facilita a análise de dados estratégicos, especialmente em temas sensíveis como sustentabilidade e governança.

    LEIA MAIS: Como garantir segurança jurídica durante a aplicação do Visual Law?

    ESG e a importância da transparência

    O termo ESG engloba três frentes importantes:

    • Ambiental (E): ações voltadas para preservação do meio ambiente, como redução de emissões de carbono.
    • Social (S): políticas de inclusão, diversidade e responsabilidade social.
    • Governança (G): boas práticas de gestão e ética corporativa.

    Empresas que adotam relatórios ESG buscam mostrar seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Mas, para que essa comunicação seja eficaz, a transparência é fundamental. 

    Um relatório claro e visual facilita o entendimento e fortalece a credibilidade da organização perante os stakeholders e o mercado.

    Como o Visual Law fortalece os relatórios ESG?

    Como ferramenta disruptiva, o Visual Law é capaz de fortalecer os relatórios a partir de sua atuação em três pontes:

    1. Comunicação clara

    Ícones, cores e infográficos explicam rapidamente temas complexos, como políticas de diversidade ou investimentos em energias renováveis.

    VEJA TAMBÉM: Petições visuais: o equilíbrio entre conteúdo, formato e inovação

    2. Governança e compliance

    Ao organizar regras e métricas em fluxogramas, a empresa demonstra conformidade regulatória de forma transparente e direta.

    3. Relacionamento com stakeholders

    Relatórios visuais transmitem confiança ao mercado, à sociedade e a órgãos reguladores, reforçando o compromisso ético da organização.

    Visual Legal: o Visual Law da LBCA

    O Visual Law nos relatórios ESG é muito mais do que uma tendência: trata-se de uma ferramenta estratégica para construir transparência, engajamento e credibilidade.

    Empresas que adotam essa abordagem não apenas informam, mas inspiram confiança e lideram pelo exemplo.

    Na LBCA seguimos um modelo próprio de atuação, o Visual Legal, marcado pela união das técnicas jurídicas, do design e da tecnologia, que se potencializa com o uso de IAs. Conheça o Visual Legal e entenda como essa abordagem contribui para a transmissão de conteúdos jurídicos de maneira clara e eficaz.

  • Infância Algorítmica:  Desafios Jurídicos da Infância Conectada

    Infância Algorítmica:  Desafios Jurídicos da Infância Conectada

    A incorporação de inteligência artificial em brinquedos infantis inaugura uma nova etapa na relação entre tecnologia e infância. Se antes os bonecos apenas reproduziam falas pré-programadas, agora interagem em tempo real, criando diálogos personalizados e até modelando comportamentos emocionais. Essa evolução, vista em iniciativas como a parceria da Mattel com a OpenAI exige atenção: sob a promessa de inovação educativa, os brinquedos passam a capturar voz, emoções e padrões de conduta das crianças, transformando esses dados em ativos comerciais.

    Do ponto de vista jurídico, surgem riscos. A coleta e tratamento de dados sensíveis por brinquedos inteligentes colocam em tensão direta o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante proteção integral e prioridade absoluta, e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que veda o uso de informações de menores sem consentimento claro e específico dos responsáveis.

    Além disso, práticas de coleta oculta ou manipulação emocional configuram potenciais violações do Código de Defesa do Consumidor, que proíbe publicidade abusiva dirigida a crianças.

    LEIA MAIS: Por que as ações trabalhistas voltaram a crescer?

    Outro aspecto crítico é a responsabilidade civil. Se um brinquedo equipado com IA reforça estereótipos, transmite informações incorretas ou influencia decisões, há um vácuo regulatório sobre quem deve responder: o fabricante do hardware, o desenvolvedor do software ou ambos solidariamente. O caso europeu da boneca My Friend Cayla, banida por violar o direito à privacidade infantil ao transmitir conversas para servidores externos,  ilustra como a falta de controles pode resultar em litígios e danos reputacionais irreparáveis

    No campo da publicidade, o risco é ainda mais sensível. Brinquedos conectados podem atuar como canais velados de marketing, sugerindo produtos ou moldando preferências a partir de dados coletados em conversas cotidianas. O Guia de Boas Práticas para Publicidade Infantil Online, elaborado pelo CONAR em parceria com o Google, estabelece que a comunicação voltada a crianças deve ser clara, não induzir ao compartilhamento de dados e não explorar sua vulnerabilidade. A ausência desses cuidados pode configurar publicidade abusiva, sujeita a sanções administrativas e judiciais.

    Outro ponto central é a discussão sobre governança algorítmica. Conforme apontado em relatórios acadêmicos e de advocacy, brinquedos de IA podem embutir vieses discriminatórios, reproduzir estereótipos ou reforçar padrões culturais específicos. Além disso, é preciso considerar o impacto social e emocional de longo prazo. A criação de vínculos com objetos que respondem sempre de forma positiva ou personalizada pode influenciar a formação da identidade e das relações interpessoais.

    VEJA TAMBÉM: IA e Direito do Consumidor

    O uso de algoritmos sem transparência para pais ou órgãos reguladores, levanta a necessidade de auditorias independentes e certificações obrigatórias de segurança digital, nos moldes de normas já aplicadas a brinquedos físicos em relação a riscos mecânicos ou químicos.

    Por fim, a questão da supervisão parental também ganha destaque. O guia do CONAR recomenda que a participação dos pais seja fomentada em toda interação online envolvendo crianças. Brinquedos de IA, no entanto, tendem a criar ambientes autônomos de interação, nos quais o adulto pode ser excluído do circuito de controle. Isso fragiliza o dever de proteção e aumenta a responsabilidade das empresas em estabelecer mecanismos de monitoramento acessíveis, relatórios transparentes e opções de limitação de funcionalidades.

    A chegada dos brinquedos inteligentes marca uma etapa de transformação no modo como tecnologia e infância se encontram. Entre possibilidades de aprendizado mais interativo e a necessidade de regras claras para uso responsável, abre-se um espaço importante para inovação acompanhada de proteção jurídica, garantindo que o brincar continue sendo um exercício de criatividade e desenvolvimento seguro.

  • Por que as ações trabalhistas voltaram a crescer?

    Por que as ações trabalhistas voltaram a crescer?

    Um tsunami de ações trabalhistas ingressou no Judiciário em 2024, marcando um movimento de retomada, depois da forte queda registrada logo após a reforma trabalhista de 2017. Segundo o relatório “Justiça em Números”, de 2024, foram distribuídas no país 3,6 milhões de novas reclamações, alta de 19 % sobre 2023. Projeções de especialistas apontam que, neste ano, o volume pode superar 2,3 milhões de processos, aproximando-se do recorde de 2016. Esse cenário contrasta com a queda observada em 2018, quando a reforma diminuiu em cerca de um terço o total de casos.

    Desde a primeira metade da década de 2010 a Justiça do Trabalho conviveu com um elevado nível de litigiosidade, com mais de 2 milhões de casos novos por ano. Em 2016 foram 2,7 milhões de ações ajuizadas. O ambiente de litígios era alimentado pela cultura de resolver conflitos pela via judicial, pela facilidade de acesso à gratuidade de justiça e por normas trabalhistas cuja interpretação gerava incertezas. 

    CONFIRA O ARTIGO COMPLETO NA ÍNTEGRA: Por que as ações trabalhistas voltaram a crescer?